segunda-feira, 31 de março de 2008

O FILHO DO RECLUSO (MP3)



Sei que já vem tarde... isto devia ser públicado no dia do Pai, mas só nesta data encontrei esta pérola da música portuguesa. Júlio Miguel e Leninha, falam nesta musica de um drama que não deixa ninguém indiferente - o de um filho que vê o pai preso e chora a sua ausência.

Cliquem no Titulo e chorem!!!

Públicado em "http://www.portalpimba.com" a 19 de Março de 2008

sexta-feira, 28 de março de 2008

Natália Correia (13 de Setembro de 1923 - 16 de Março de 1993)




Estávamos em 1982 e a Assembleia da República debatia a despenalização do aborto.
O então deputado do CDS, João Morgado, argumentou: «O acto sexual é para ter filhos».
No plenário estava a poetisa Natália Correia (na altura deputada do PS) que tendo alguns defeitos, como qualquer um de nós, tinha acima de tudo um espírito livre, que de imediato subiu à tribuna para responder com um poema muito original, que obrigou à interrupção dos trabalhos, enchendo de gargalhadas o parlamento e de vergonha o seu colega de bancada, que ainda hoje é recordado por este caricato episódio.



Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o orgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

(Natália Correia - 3 de Abril de 1982 )

quinta-feira, 27 de março de 2008

Pedidos de informações sobre despesas de casamento

Meus amigos…


O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais negou que o Fisco esteja a "controlar os contribuintes" com os pedidos de informação sobre casamentos, numa acção que decorre já há quatro anos e que visa "cruzar dados num sector de risco de evasão fiscal".

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais afirma que "esta acção já remonta a 2004.

Trata-se de um sector económico que foi identificado como de risco, no âmbito da fraude de evasão fiscal no sector dos casamentos e grandes cerimónias", disse à imprensa Carlos Lobo, especificando que esta estratégia não visa directamente o contribuinte.

Acontece que a "DGCI ameaça noivos com coimas se não derem informações sobre o casamento", podendo, caso não sejam apresentados os dados solicitados, vir a ser punidos com uma coima entre 100 a 2.500 euros.

O Fisco quer saber os serviços contratados para o casamento, entre eles, o restaurante, o fotógrafo e a florista, e ter acesso às facturas ou recibos desses pagamentos. Além disso, quer saber como foram pagos esses serviços, o número de convidados, quem pagou a roupa dos noivos e quanto custou.

Carlos Lobo disse que o combate "à evasão fiscal neste sector tem sido, desde 2004, uma prioridade", porque "tem importância na economia e coloca problemas de concorrência desleal", tendo havido queixas nesse sentido.

O Subdirector-geral dos Impostos admitiu, esta segunda-feira, que nos questionários enviados aos casais a pedir informações sobre o casamento e o copo de água há perguntas sem sentido e adiantou que, se forem registados casos de excesso de zelo, a medida será corrigida.

Ora vamos lá ver quem são os supostos evasores:

Segundo a DGCI são os restaurantes, os fotógrafos e as floristas… mas há muitos mais que o fisco não menciona, mas que o “PROCRASTINADOR” vem aqui abertamente desmascarar.

São eles…

A Tia Virginia (que entrega sempre como prendinha de casamento um envelope suspeito ao noivo);

A Striper da festinha de despedida de solteiro (que nunca declara o valor exacto que recebeu para efectuar um lânguido ritual despido ao som de música e coros de AHHHHHHHHHHs, bem como de outros serviços de pouca roupa que apesar de rítmicos pouco ou nada têm com a arte de dançar;

Os habitantes da terra (que atiram com toneladas de arroz, sem declararem ao fisco o tipo usado. Poucos sabem mas o fisco só permite o uso de arroz trinta em cerimónias de casamento, ficando de fora qualquer marca e tipo de arroz carolino e agulha).

As noivas e noivos virgens (estes malandros nunca informam o fisco se são virgem ou rodados, uma vez que o fisco necessita dessa informação para impôr ou não o pagamento do IMI).

Os “Trio Odemira” (que andando no negócio das cantonetas à mais de 50 anos já deviam ter juízo… não conheço nenhum casamento português em que um ou outro convidado depois de umas litradas não comece a cantarolar "O Anel de Noivado", sem pensar nos direitos de autor, não falando na falta de originalidade e gosto, que só por si merecia um imposto próprio o chamado IMG (Imposto sobre o mau gosto).

Caros Procrastinadores… haveria muitos, mas muitos mais evasores fiscais para mencionar, mas como a vontade é pouca, vamos ficar por aqui.

Deixo-vos de seguida com Os “Trio Odemira”…

Um abraço deste que tanto vos inveja, por nada fazerem de produtivo, nesta vida que são dois dias, e em que um é de chuva e o outro é para dormir.

O Procrastinador


segunda-feira, 17 de março de 2008

Bier! Bier! Bier!

http://www.chilloutzone.de/files/08012204.html

Cerveja!
Muita Cerveja!

Criancinhas (Texto retirado da Revista Visão)

A criancinha quer Playstation. A gente dá.
A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa.
A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate.
A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha.
A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente.
A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando.
A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua.
Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher. Desperta.
É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares.
A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada.
A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira.
A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca». Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo.
A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal. Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois «quem sabe do meu filho sou eu».
A criancinha cresce.
Cresce e cresce.
Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias». Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha?
Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos.
Isto são os Paizinhos que se dizem Modernos. É por isso que hoje em dia não há respeito por ninguém, em lado nenhum.
Vai ser este o Futuro da nova geração.