segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Varicela - CAPITULO I

Passeio até às Urgências


Na passada Quinta-feira venho do Trabalho mais a minha mulher, e quando chego a casa da Ama da minha Filhota, recebo como presente, uma garota toda feliz que diz cantarolando: “Estou com Varicela!”

Que fixe! Pensa a garota, já que agora vai ficar em casa na companhia de um dos pais.

Que Merda! Penso eu, já que estive de férias nas últimas duas semanas e foi necessário começar a trabalhar (era o meu primeiro dia de trabalho depois das férias) para a garota apanhar o vírus varicela-zoster.

Mas tudo bem, estamos na época destes bicharocos, e mais vale apanhar Varicela com 4 Anos que depois com idade mais avançada.

Dirigi-me às Urgências do Hospital mais próximo, que era o Hospital de Torres Vedras, onde depois da Triagem nos atribuíram uma fita verde para colocar no pulso da catraia. Fomos para a sala de espera da pediatria, onde sem mais nada para fazer comecei a ler tudo o que era informação, afixado nas paredes.

A primeira coisa que reparei foi num quadro com várias cores. Para quem não sabe, no Hospital de Torres Vedras agora é usada a Triagem de Manchester (já em vigor em vários Hospitais do País, está acreditado pelo Ministério da Saúde, Ordem dos Médicos e ordem dos Enfermeiros).

Ou seja, após a inscrição na Admissão de Utentes, o doente é encaminhado para um gabinete, onde será atendido por um Enfermeiro que faz algumas perguntas sobre o motivo da vinda e após uma observação rápida, mas objectiva, como dizem, é atribuída uma "cor".

Existem cinco cores, vermelho, laranja, amarelo, verde e azul, cada uma representando um grau de gravidade e o tempo ideal em que o doente deverá ser atendido.

Vermelho (EMERGENTE), entrará de imediato no balcão a que se destina.

Laranja (MUITO URGENTE) e Amarelo (URGENTE), entrará para uma sala de espera interna onde o Médico o chamará para ser observado e tratado.

Verde (POUCO URGENTE) e Azul (NÃO URGENTE), aguardará na sala de espera a sua vez, que será quando não houver doentes mais graves para serem tratados.

Segundo esse quadro a espera poderia variar entre duas a quatro horas, comentei isso com a minha mulher…

Na mesma sala estava uma senhora com uma criança, que ao ouvir o meu comentário, esboçou um sorriso e meteu o bedelho dizendo, que o filho também tinha recebido uma fita verde, e que já estava ali à cerca de oito horas à espera.

O que é que se podia fazer???

Nada! Por isso continuei a minha leitura… e desta vez reparei num cartaz que dizia que não passavam declarações para entregar nos infantários e escolas e que não se passavam atestados médicos.

Ai o caneco… então a garota tinha que ficar uns dias em casa, um dos pais ia ter que faltar ao trabalho para ficar com ela e não passavam declarações nem atestados???

Comentei com a minha mulher, que pegou logo no telemóvel, fez uma marcação, saiu da sala, voltando passados uns minutos com cara de poucos amigos, agarrou na nossa filhota e disse:

- Vamos embora!

Sem comentários: